Lourenço é nome de Jogral
Author: Fernanda Botelho
Edition: Abysmo | CEC
Year: 2020
“Avesso à ‘ortodoxia do comércio conjugal’ e à ‘coabitação institucional’ o protagonista vacila entre a repulsa do casamento burguês e a regulamentação doméstica do desejo e o niilismo diletante, de que a sua volubilidade erótica é um expressivo sintoma. Note-se que essa reivindicação de uma liberdade intransigente se prolonga, para Lourenço, na defesa de uma literatura insubmissa a todos os catecismos, como o aceso debate com Firmino ilustra cabalmente: “A literatura não é um instrumento, a literatura é a livre expressão do homem (…). A literatura é o homem isolado no acto de escrever, sem liames, sem governantes, sem escravos, sem ‘por encomenda’, se ‘ao serviço de’.”
Paulo Alexandre Pereira, no Prefácio.